segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ter poder ou ser podre? Uma questão de escolha.


Para algumas pessoas pode soar como um trocadilho infame... no entanto vejo este "R" não só mudando o conceito das palavras; As vejo como a evidencia de como estas são ambíguas... não pela semelhança, mas pela indecisão e insegurança que nos remete. Ter poder muitas vezes não é uma questão de escolha, mas ser podre é de inteira responsabilidade do indivíduo (algo individual e controlável).
Quando falo de poder, me refiro a uma entidade que dota a pessoa de maiores e melhores possibilidades, sejam elas profissionais ou pessoais. O poder autoriza a pessoa a tomar e agir de forma diferenciada se comparado com a forma que atuava antes de tê-lo; dá direito, dá condições, fornece subsídios. Podemos dizer também que o poder faz com que as pessoas deleguem, mandem, exijam e dominem o próximo. Em alguns casos esse poder causa medo e coage as pessoas, limita e restringe as idéias e deixa cega a pessoa que tem ele nas mãos. Vejam que este "poder" possuí duas vertentes, onde é capaz de agregar valor e retirar das pessoas pensamentos e impressões... o poder utilizado de forma inadequada, faz com que o "R" mude de posição e se torne algo podre.
Se falarmos de ser "podre", podemos ter em mente algo que está ou se encontra em estado de decomposição, algo fétido, contaminado. Algo que seja moralmente repugnante e que faz com que todos que estão próximos se afastem ou o excluam. O ser podre pode advir de um poder sem parâmetros, sem métricas e inescrupuloso. É algo que venho pensando a alguns dias... Como ter poder ou ser podre é uma questão de escolha e como as pessoas geralmente se tornam podres por não saber administrar o poder.
Meu pai sempre me disse: "Quer conhecer as pessoas? Dote-as de poder e conhecerás como elas são". Foi umas das frases mais certas que já ouvi e se colocarmos esta em prática constataremos este fato.
Às vezes a imaturidade, a insegurança ou a falta de conhecimento podem acarretar essa inversão de papéis, acarretando estragos muitas vezes irreparáveis. Às vezes essa troca de papéis é opcional e inconsciente... atende apenas as vontades do princípio de prazer, é egoísta e gananciosa refletindo no princípio de realidade, onde as pessoas que estão em volta deste que possui o poder, sofrem as conseqüências.
A busca por este poder é tentar alcançar e obter o "falo", algo fantasioso, irreal e inatingível. Ter o poder não é alcançar o "falo", trata-se de uma sublimação, algo que em breve perderá sentido, e a partir daí haverá o descuido por parte do dotado de poder, fazendo com que ele estrague e se torne podre.
O poder foi representado por muito tempo pelos Cavaleiros Medievais, em suas figuras imponentes, suas armaduras e armas muito bem alinhadas, sempre se mostrando superiores em cima de seus cavalos. Hoje não são necessários todos estes acessórios; as pessoas distorcem o poder e o demonstram, sendo arrogantes, intolerantes, inconseqüentes... se tornam insólitas.
Ser onipotente é ter o poder absoluto. Não saber utilizar esse poder absoluto é ser podre... é ser pobre.

Leôncio Fernandes

Um comentário:

  1. É, como disse o grande Honoré de Balzac, "o poder deixa-nos tal como somos e apenas engrandece os grandes". Não são todos que conseguem lidar com ele.

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