domingo, 5 de julho de 2009

Um olhar além dos muros...


É interessante quando conseguimos olhar para dentro de nós, e ver o quanto somos limitados e censuradores de si mesmo. Muitas vezes os dogmas se tornam regentes de nossa vida, numa sinfonia muda e desconexa.
A voz que cala, a ação que não se concretiza, o olhar se perde em meio as possiblidades e tudo o que está ao nosso redor, passa despercebido... não possuí mais significando ou é significante para você.
Essa "cegueira involuntária", na verdade pode ser chamada de comodismo. Quantas vezes nos limitamos a reclamar e ficamos fadados a um destino ou situação que tratamos como única opção, quando na verdade não é? A opção ou o caminho mais fácil é sempre escolhido pelo indivíduo... advindo de uma tendenciosidade cognitiva (tendência auto-servidora) atribuindo fatores que nos protejam (que protejam o nosso "eu") fazendo com que nos percebam de forma positiva (através do olhar do outro)... isso nos exime muitas vezes de responsabilidade, uma sensação cômoda e uma satisfação de dever cumprido.
Essa busca incessante por uma satisfação denota a dificuldade que temos em enfrentar obstáculos, de desafiar, de tentar mudar, de buscar o novo e repaginar uma vida de costumes e hábitos retrógrados... aqui a "zona de conforto" dita as regras e define como será o final da história. E como se não bastasse, tudo isso faz com que desaprendamos alguns conceitos básicos de atitude, e reclamamos por ter perdido ou deixado que uma oportunidade passasse despercebida... escorrendo de suas mãos como areia fina.
Só sei que são escolhas e como qualquer uma destas, deve ser assumida, digerida e tolerada. As pessoas continuarão a reclamar, algumas coisas continuarão do mesmo jeito, mas o todo aqui não é importante, dou crédito as partes; são elas que individualmente farão a diferença... resumindo, o olhar para dentro, o corrigir, o modificar é individual, capaz de trazer resultados inacreditáveis.
Por isso eu digo, seja introspectivo, desenvolva o olhar para dentro de você e identifique os pontos a serem desenvolvidos e aprimorados; após coloque em ação e mude. É necessário que tenhamos um olhar além dos muros, que transpasse a barreira inconsciente, que transpasse a barreira insólita do comodismo, para que sejamos melhores com os outros e consigo mesmo.
Leôncio Fernandes

Um comentário:

  1. O amor-próprio, em doses perfeitas, é muito importante para que ninguém caia no comodismo, vale ressaltar.
    Lembrei de um texto que li há muito tempo e do qual não lembro o autor. Ele dizia que os maiores tesouros do mundo não estão nos cofres dos ricos, nos poços de petróleo da Arábia Saudita ou nas minas de diamante da África do Sul. Estão bem perto de nós, nos cemitérios locais. Lá jazem, entre restos mortais, muitos sonhos, idéias e potenciais que poderiam ter o poder de mudar o mundo, mas que infelizmente, por comodismo ou falta de oportunidades, acabarão permanecendo inertes, latentes e se perderam para sempre.

    Leo, continue escrevendo. É aí que reside muito do seu potencial.

    ;-)

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